sexta-feira, 26 de maio de 2023

SURFACE 25 ANOS DE PUNK ROCK HARDCORE – DESAFIOS, PRAZER E AMIZADES

Por Renato Lauris Jr

 Renato Lauris Jr

SURFACE 25 ANOS DE PUNK ROCK HARDCORE – DESAFIOS, PRAZER E AMIZADES

DVD/CD : SURFACE 25 ANOS DE PUNK ROCK (2022)

 – Produção: LAB REC e 3EM1

 – Produção e direção: Luis Eduardo (Cientista)

O Surface é uma banda que surge no ano de 1997, por três garotas de Londrina que sempre expressaram a vontade de formar uma banda. Na época havia várias bandas em Londrina, mas raras eram as participações femininas, infelizmente, o machismo presente na cena underground, ironizava estas garotas, foi quando estas três garotas convidam Cientista para tocar bateria com elas. A entrada de Cientista na banda foi peça chave para potencializar o desejo e entusiasmo das meninas, assim como menciona Fernando Napoli Prestes, em DVD anterior: “Uma combinação bem sucedida que juntava a experiência dele com o vigor e empolgação delas”.  

Em 25 anos de banda, várias foram as mudanças, Cientista permanece na bateria, mas a proposta inicial da banda, de ter a presença feminina em sua formação continua. Para a gravação deste DVD/CD, além do baterista, tem em sua formação, Claudia (baixo), Heloisa (vocal) e Ivo (guitarra). O show de comemoração ocorreu em 19 de outubro de 2022, no Cultural Hall, em Londrina.

Ao iniciar a audição e visualização do DVD nos primeiros acordes de “Amiga Sorte”, com um breve dedilhar que logo se encontra com a batida hardcore da bateria, me traz à lembrança de bandas como Pennywise, No fun At All, Garage Fuzz, Bambix entre outras, não que seja uma cópia destas, mas o Surface mostra que dialoga com estes grupos e apresenta sua identidade sonora, potencializando sua marca com a voz de Heloísa que transita entre o melódico e a “´fúria”. Seguem mais treze faixas, entre elas “Mentiras e Verdades”, “Encrenca” “Sem Medo de Sorrir”, “Stupid Girl”, entre outras em que a banda apresenta um excelente punk rock e hardcore com acordes melódicos, mas sem perder a rebeldia, complementados pelo belo vocal que transmite em seus versos questões existenciais, relacionamentos e cotidianos. Uma sonoridade que nos convida para o pogo. Uma presença que não poderia ficar de fora desta comemoração de 25 anos é a de Paula que foi uma das fundadoras da banda, que mostrou, aqueles rockeiros que a ironizaram, que mulher também tem seu lugar no palco, na faixa “Idealista”.

Os extras contidos no DVD também vale apreciação, apesar de ser breve, nos apresenta vários registros de imagens, com a exibição de cartazes e apresentações da banda em diferentes anos e formações, além dos depoimentos d@s atuais integrantes.

 No decorrer destes 25 anos, desde os primeiros ensaios e o lançamento da primeiro demo-tape “Vive la Difference”, em 1997, até este DVD/CD registrando e comemorando estes 25 anos de persistência, resistência e conquistas, a banda em seu release apresenta toda uma referência de solidariedade e colaboracionismo em sua trajetória: “Esses frutos não beneficiaram apenas a banda Surface, pois desde o começo ela buscou parcerias, intercâmbios com várias bandas e isso ajudou a fortalecer a cena local. Além de prestigiarmos as empresas e profissionais locais, como Estúdios, locadores de som e luz, técnicos de som e luz, artistas diversos, prestadores de serviços, lojas de instrumentos/equipamentos, etc”. Esta citação, me chamou a atenção, pois no atual contexto social em que nos encontramos em que a individualismo competitivo e a atomização dos indivíduos desconsideram qualquer tipo de apoio e colaboração, a banda Surface reconhecer que sua história está ligado a todo um conjunto de pessoas que participam direta ou indiretamente na continuidade da banda, isto mostra uma atitude sensacional por parte de seus integrantes. Musicalmente, percebe-se o amadurecimento e a evolução musical da banda mostrando que não pararam no tempo e acompanharam as mudanças que foram ocorrendo no cenário underground e o mais importante sem perder sua identidade.

Para finalizar, eu que já venho me aproximando de meio século, me empolguei com o som pulsante e os versos da faixa que fecha o show, “Galhos Secos”:

Mas ainda pode virar lenha

 E esquentar lembranças de um viver

Mesmo quando um corpo incendeia

Das cinzas pode renascer...

Versos estes que, mesmo sabendo que tudo que começa vai acabar, são nossas histórias, realizações, conquistas, laços de amizades que são os combustíveis que nos mantém persistindo naquilo que acreditamos e quem sabe sermos referências e exemplos para os que virão, e o Surface segue esta ideia.

Que venham mais 25 ANOS DE PUNK HARDCORE AUTORAL!

 

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Obs: Quando me foi feito o convite para fazer uma resenha sobre o DVD/CD “Surface – 25 Anos de Punk Rock”, confesso que para mim foi um desafio, por isso aceitei. A banda Surface, se não estou enganado prestigiei uma de suas apresentações em seu início, em 1998, na cidade de Assis, na sequência ouvi a faixa que gravaram na coletânea HC Scene 2 (Façade), e nos demais anos, ouvia esporadicamente e disperso seus sons. Para falar deste trabalho que agora tenho em mãos, busquei conhecer melhor a banda, ouvindo gravações anteriores em sua respeitável discografia: 2 demo-tapes, 6 CDs (o 2º CD "Redenção" foi regravado em 2019) e 3 DVDs, além de gravações em coletâneas lançadas no exterior. Só tenho agradecer pelo convite e o prazer de melhor conhecer esta incrível banda.

 

Renato Lauris Jr.Fanzineiro, professor de História e Geografia, membro do coletivo U-Zinagem: Publicações Independentes.


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CONFIRA O DVD SURFACE "25 ANOS DE PUNK ROCK" CLICANDO NO LINK ACIMA


segunda-feira, 11 de julho de 2022

BAT TRIO - "Não resisto a nós dois" (Bar Cativeiro - Londrina PR)


BAT TRIO em uma performance memorável, mostrando um pouco de sua qualidade musical ao público londrinense.

BAT TRIO - "Não resisto a nós dois"


CONFIRAM O VÍDEO:

https://youtu.be/_3h5I-0bsxE







sexta-feira, 17 de junho de 2022

 

SURFACE - "DO COMEÇO AO FIM"

CLIQUE NA IMAGEM E ASSISTA O VÍDEO 


A banda Surface segue fazendo a comemoração dos 25 anos de Punk Rock autoral. 
Participe de alguma forma, faça a diferença !




quarta-feira, 19 de agosto de 2020

 Musicando a vida. 

          Momentos, emoções, desabafos, raiva, alegria e outros sentimentos podem ser transformados em música, em arte, em catarse... E o rock propiciou a várias pessoas a oportunidade de se expressar e para aqueles que ouvirem suas músicas conhecerem essas histórias e sentimentos, para quem sabe não associarem a sua vivência, a sua vida.
          A banda Surface vem produzindo suas músicas autorais desde sua formação, aprendendo a tocar a partir de suas próprias composições, do seu jeito, seu estilo. Punk Rock, Hardcore, Rock, Barulho e letras / melodias que emitem seu modo de ver a vida.
          Duas fitas demos, 5 CDs, 1 DVD, 1 Split-CD e várias coletâneas no currículo dessa banda e maioria desse material disponível em várias plataformas para quem quiser ouvi-las e conhecer um pouco do que está registrado nessas canções.

segunda-feira, 27 de julho de 2020

Punks, os guardiões de uma era



Punks, os guardiões de uma era - Marco Milani

Resenha COLETIVO CANCROCÍTRICO – O ANTI-LARANJAS

     Muito se fala que os professores e historiadores do futuro terão problemas para explicar a nossa época. Mas a que nos precede, que compreende as décadas de 1980 e 1990, não é mais fácil de compreender. Fim de uma ditadura somada a um caso de inflação tão agudo e persistente que é modelo para estudos de economistas do mundo todo. Estávamos reconstruindo o país, sem exageros. Era preciso organizar cidades que haviam crescido de maneira caótica, escrever uma constituição e garantir direitos mínimos a todos.
     Voltamos a votar, mas os políticos eram os mesmos de antes. Dos novos, muitos se mostraram tão ruins quanto. Visto que tiramos o primeiro presidente eleito. Havia ainda o fantasma de uma guerra nuclear e o despertar para o problema ambiental. Tudo ficou densamente registrado na imprensa da época e nos documentos administrativos. Evidências de uma época sem as quais os historiadores não podem escrever uma vírgula, sob pena de se igualarem a qualquer palpiteiro da Internet ou do bar da esquina.
     Mas quem poderia fazer frente à versão “oficial” do que se passou? Ao verniz dos conglomerados de comunicação e ao capricho dos burocratas? Quem poderia mostrar aos historiadores e a qualquer cidadão curioso aquilo que foi considerado sem importância ou pueril?
A esse papel, os memorialistas são de grande presteza. Aqueles que, geralmente às próprias custas, se esforçam em preservar os fragmentos do passado, mesmo sem saber bem se serão compreendidos.  Tantas vezes ridicularizados, quase sempre quixotescos, os memorialistas salvaguardam nosso patrimônio, mesmo sem a chancela acadêmica. Qual pequena cidade não tem o seu guardião do passado, que mantém caixas de fotos antigas, relatos, nomes e datas em papéis amarelados?
     E os punks, quem diria, vestem tão bem essa carapuça – ou essa jaqueta. Não há nada na cultura underground brasileira como o punk. Muito provavelmente, no resto do mundo não é diferente. São inúmeros os documentários produzidos pelos próprios punks, aqueles mesmos do século passado, mas com a facilidade dos meios digitais, ajudando a compor esse imenso mosaico do que foi viver o Brasil daquela época longe dos holofotes.
Mais numerosos ainda são os que têm em suas casas caixas e mais caixas de fanzines, fotos, fitas e discos que testemunham a trajetória de uma banda de uma cena de qualquer cidade do país.  São apenas dois os arquivos disponibilizados em instituições de pesquisa, disponíveis a qualquer cidadão. Entretanto, chamam a atenção pela quantidade e pela riqueza de documentos: fanzines, cartas, cartazes e encartes.
     A dissertação de mestrado deste que os escreve só foi possível graças a um desses arquivos, que só existe graças a um dos maiores memorialistas do punk nacional, Antonio Carlos Oliveira, também um personagem do documentário “Coletivo Cancro Cítrico, o Anti Laranjas”.
Documentário este, produzido por outro dos gigantes dessa memória, o incansável Luis Eduardo, vulgo Cientista, cujo sobrenome nunca descobri. Através de detalhadas entrevistas, ele nos leva pelas ruas de Londrina, até o tempo em que o punk chegou por lá, como se atendendo ao chamado de Londres, do Clash. É o terceiro documentário desse cineasta do it yourself e, de alguma maneira, parece tentar redimir o trabalho sem fim de Cientista por uma causa – causa esta, que ele mesmo já chamou por diferentes nomes.
     O Coletivo Cancrocítrico foi uma organização surgida no seio do punk londrinense, que estendeu rizomas por todo o Brasil graças ao fanzine de mesmo nome. Como sempre acontece no meio underground, teve altos e baixos, contando sempre com a persistência de Luis Eduardo.
Quando entrei em contato com ele por conta da minha pesquisa de mestrado, foi extremamente prestativo, como é comum aos fanzineiros destes e de outros tempos. Mas vi, ao longo dos anos, inúmeras vezes, o bom e velho Cientista nadando contra a corrente para continuar levando a sua mensagem, lutando por sua causa.
     Não cabe, aqui, estender-nos em descrições a respeito de quem são os entrevistados e do que ou como falam sobre o Coletivo e o punk londrinense. Tudo isso pode, e deve, ser apreciado pelo leitor no próprio filme. A preciosidade do documentário já está na sua improvável existência. Diga-se o mesmo do Coletivo Cancrocítrico e os seus fanzines, graças aos quais muitos jovens expandiram seus horizontes em finais do século XX. São, hoje, testemunhos de um punk não pasteurizado pelos editoriais de moda, ensanguentado pelas páginas policiais ou ridicularizado pelos formadores de opinião.
     Fragmentos de uma cultura contestadora riquíssima, ainda mais ampla que o punk, existente no período. Capaz de viver sob a superfície e com escasso e difícil dinheiro – num infame, mas útil trocadilho com os nomes das bandas do Cientista. Que essas memórias suscitem ainda mais sonhos e reflexões a respeito desses sonhadores – e não menos demiurgos – já que o diferencia a nossa década para aquelas é que, em algum momento, desaprendemos a sonhar.

MARCO ANTONIO MILANI - Mestre em História pela Unesp e produtor cultural


Para assistir ao Documentário clique no link abaixo e dê play:

quarta-feira, 22 de julho de 2020

Fanzines: catalizadores da cultura punk


professor de história, membro do Centro de Cultura Social e do Núcleo Estudos Libertários Carlo Aldheregi. Julho de 2020.
Antônio Carlos, professor de história, membro do Centro de Cultura Social e do Núcleo Estudos Libertários Carlo Aldheregi. Julho de 2020.


Resenha COLETIVO CANCROCÍTRICO – O ANTI-LARANJAS

O fanzines é a apostila feita pelo próprio aluno.
Renato Lauris Jr, editor do zine revista Sobrevidas,
                                                                    Professor de história e coordenador pedagógico.

     É curioso, mas no milênio passado, mais precisamente em 1980, o Movimento Punk ainda vivia uma fase confusa em termos de ideias e ideais. Tinha gente que usava suástica, dizia que o punk era apolítico, era um movimento só musical, brigas, muitas gangues, etc. É o que alguns de nós chamamos de “Fase Caverna”.
Faltava para jovens que como eu viviam nas periferias das cidades, com enormes dificuldades de acesso, principalmente financeiras, um elemento concreto de divulgação da cultura punk, mas esse só podia ser feita pelos que viviam o movimento. O FAÇA VOCE MESMO!
     Além das bandas, dos shows e dos encontros esse elemento se materializou com os fanzines punks. Em 1981 surgem os primeiros com o Factor Zero, editado por David Strongos, da banda Anarcolátras de São Paulo, e Exterminação de São Bernardo do Campo, editado pela banda Ustler, ambos refletiam o espírito punk e hardcore da época.
     É o momento que o punk começa a dialogar com outros punks do seu bairro, cidade, outros estados e países, vão dando voz, refletindo, revendo e construindo o que seria o punk nos anos depois, a cultura punk em constante construção.
     Fiz parte desse enorme contingente de homens e mulheres que faziam zines. Entre 1984 e 1985 publiquei quatro números do Anti Sistema, em 1986 junto com meu amigo/irmão Bororó e a Tania minha ex-professora, três números do Aborto imediato para o renascer de um novo espermatozoide. Com eles me comuniquei com gente de todos Brasil e vários países, cheguei na Finlândia. Esse prazer virou um acervo que hoje encontra-se no CEDIC-PUC/SP e um livro chamado “Os fanzines contam uma história sobre os punks”.
É participando do Centro de Cultura Social de SP, espaço anarquista, que tive contato pela primeira vez com o “Cancrocítrico – o anti-laranjas” em 1988. Sua leitura era um retorno as coisas mais simples e básicas do movimento punk.
     Para nós que mal tínhamos acesso a uma máquina de escrever (datilografar) usávamos de colagens com cola e tesoura, escrevíamos e desenhávamos a mão, ele era visualmente parecido com o que produzimos anos antes. Os textos simples, objetivos e com uma mensagem direta.
     Assim é que ao longo dos anos continuei me correspondendo com o Luis, ou Cientista recebendo e lendo com muito prazer o boletim do Coletivo que ele organizou de mesmo nome do zine, O Cancrotitrico.
     Em 1992 eu já trabalhava na organização do acervo de documentos sobre o movimento punk quando eles organizaram o II Fanzi-Encontro de Londrina, não pude comparecer mas enviei minhas saudações e um proposta para o encontro, publicado no nº 18.
     Fazer um fanzines é algo que exige dedicação, muito trabalho, envolvimento emocional e financeiro, muito envolvimento financeiro. Produzir o zine é ler, interpretar, selecionar, escrever, digitar, diagramar, ilustrar, distribuir, receber as correspondências, responde-las. Acabou? Não! Mal terminou um e já se começa a pensar no outro.
     Imagine então fazer um encontro reunindo pessoas que como você tem a mesma paixão? Quem convidar? Onde aloja-los? Como vão se alimentar?  Ainda que cada um cubra seus custos, imagine alguém quem nunca esteve naquele lugar, quem acompanha o visitante até um lugar bom e barato para comer?
     Fazemos um encontro de zines? tá! Qual a pauta? O que se pretende com esse encontro? Teremos palestras, workshops, oficinas, rodas de conversa? Ainda que como libertário não queira impor nada a ninguém tem que se ter um objetivo, uma organização.
Quando olhamos em retrospectiva imaginem fazer um zine durante praticamente 5 anos, fazer dois encontros de fanzines, ter uma banda, ainda trabalhar, estudar, enfim viver. O Luís é um sujeito de uma grande disposição. Sabemos o quanto isso é prazeroso, o quanto aprendemos e crescemos emocional e intelectualmente, mas isso exige um nível de comprometimento incrível.
     Aí você pensa, o sujeito está lá vivendo a vida dele, fazendo o som que gosta viajando com a banda. Não, ele que já produz vídeos da sua e de outras bandas e outros trabalhos vem e nos traz esse brilhante documentário “Coletivo Cancrocitrico – o Anti-Laranjas” que trata de um pouco de toda essa história.
     Traz imagens dos zines, os depoimentos dos zineiros e zineiras, as imagens dos encontros, das bandas, de pessoas que apesar de, aparentemente, não ter relação nenhuma com a história, na verdade explicam esses contextos e falam da determinação do Luís enquanto um grande musico e produtor cultural.
Tive o prazer de ter uma rápida aparição no documentário, ao que agradeço ao Luís pela recordação, de rever pessoas queridas que a muitos anos não via, de viajar na minha própria memória recordando coisas tão importantes da minha vida. Ver meu trabalho e de tanta gente valorizados.
     Espero que o documentário alcance a repercussão que merece por ser um registro e uma importante reflexão da forma de vida e produção cultural dessa juventude tão marginalizada.
     Hoje com 55 anos, três filha e um neto, fico meio na bronca quando alguém diz “a geração da minha época era melhor” como se pudéssemos viver parados num tempo de forma nostálgica como se a vida fosse o passado “lindo e maravilho” que eu mentalmente construí.
     Nós fizemos parte de uma geração que como muitas foi marginalizada e excluída. Principalmente nós do punk que já fomos a “escoria” da sociedade. O documentário Coletivo “Cancrocitrico – o Anti-Laranjas” vem e mostra que apesar do que tentaram nos atribuir o que nós fomos, como tantos antes e muitos depois de nós, que pensamos, agimos, erramos, aprendemos e contribuímos para construir uma outra realidade. Melhor? Isso cabe a você que assistirá o documentário refletir. Desde já agradeço ao Luís e a você que assistirá esse documentário.

ANTÔNIO CARLOS, professor de história, membro do Centro de Cultura Social e do Núcleo Estudos Libertários Carlo Aldheregi. Julho de 2020.


Para assistir clique no link abaixo e dê play:

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Coletivo Cancrocitrico: Um Registro Histórico


Anita Costa Prado - Resenha Documentário Coletivo Cancrocítrico - o Anti-laranjas


Coletivo Cancrocitrico: Um Registro Histórico 


    Em um esforço hercúleo, Luís Eduardo, conhecido como Cientista, conseguiu fazer um documentário digno de reconhecimento.
    Com depoimentos coletados em várias cidades e farto material visual ( zines, fotos, gravações), é possível entender a importância de algo centralizado em Londrina, crescendo ao ponto de obter projeção nacional.
    Não havia facilidade digital nem a rapidez das redes sociais mas havia a filosofia punk do faça você mesmo, a força jovem potencializada pela união e o desejo de contestar, dialogar e debater até assuntos polêmicos camuflados pela mídia. 
    Protestos, shows, encontros e manifestações eram as ações mais diretas e locais. O fanzine impresso com o slogan “o anti-laranjas” viajava via correio para diversos pontos do país. Circulou entre 1988 e 1993 com gratuidade.
      O projeto de registrar tudo em vídeo teve início em 2013, estava praticamente finalizado em novembro de 2009 e teve ajustes finais em fevereiro de 2020.
    Em 1h e 55m, o documentário exibe depoimentos de nomes conhecidos no underground.
     Cada um ofereceu seu relato e visão particular, porém, em todos é possível perceber o reconhecimento da importância do coletivo.
    A cidade de Londrina, palco do primeiro encontro de fanzines, foi o berço de algo grandioso que, além de merecer aplausos, merece ser visto pelo maior número de pessoas possível.
      Um documentário para registrar e para inspirar todos que reconhecem a necessidade de lutar por um mundo melhor, onde o fazer esteja ao lado do sonhar e bem acima do procrastinar.

Anita Costa Prado

Para assistir clique no link abaixo e dê play: