quarta-feira, 19 de agosto de 2020

 Musicando a vida. 

          Momentos, emoções, desabafos, raiva, alegria e outros sentimentos podem ser transformados em música, em arte, em catarse... E o rock propiciou a várias pessoas a oportunidade de se expressar e para aqueles que ouvirem suas músicas conhecerem essas histórias e sentimentos, para quem sabe não associarem a sua vivência, a sua vida.
          A banda Surface vem produzindo suas músicas autorais desde sua formação, aprendendo a tocar a partir de suas próprias composições, do seu jeito, seu estilo. Punk Rock, Hardcore, Rock, Barulho e letras / melodias que emitem seu modo de ver a vida.
          Duas fitas demos, 5 CDs, 1 DVD, 1 Split-CD e várias coletâneas no currículo dessa banda e maioria desse material disponível em várias plataformas para quem quiser ouvi-las e conhecer um pouco do que está registrado nessas canções.

segunda-feira, 27 de julho de 2020

Punks, os guardiões de uma era



Punks, os guardiões de uma era - Marco Milani

Resenha COLETIVO CANCROCÍTRICO – O ANTI-LARANJAS

     Muito se fala que os professores e historiadores do futuro terão problemas para explicar a nossa época. Mas a que nos precede, que compreende as décadas de 1980 e 1990, não é mais fácil de compreender. Fim de uma ditadura somada a um caso de inflação tão agudo e persistente que é modelo para estudos de economistas do mundo todo. Estávamos reconstruindo o país, sem exageros. Era preciso organizar cidades que haviam crescido de maneira caótica, escrever uma constituição e garantir direitos mínimos a todos.
     Voltamos a votar, mas os políticos eram os mesmos de antes. Dos novos, muitos se mostraram tão ruins quanto. Visto que tiramos o primeiro presidente eleito. Havia ainda o fantasma de uma guerra nuclear e o despertar para o problema ambiental. Tudo ficou densamente registrado na imprensa da época e nos documentos administrativos. Evidências de uma época sem as quais os historiadores não podem escrever uma vírgula, sob pena de se igualarem a qualquer palpiteiro da Internet ou do bar da esquina.
     Mas quem poderia fazer frente à versão “oficial” do que se passou? Ao verniz dos conglomerados de comunicação e ao capricho dos burocratas? Quem poderia mostrar aos historiadores e a qualquer cidadão curioso aquilo que foi considerado sem importância ou pueril?
A esse papel, os memorialistas são de grande presteza. Aqueles que, geralmente às próprias custas, se esforçam em preservar os fragmentos do passado, mesmo sem saber bem se serão compreendidos.  Tantas vezes ridicularizados, quase sempre quixotescos, os memorialistas salvaguardam nosso patrimônio, mesmo sem a chancela acadêmica. Qual pequena cidade não tem o seu guardião do passado, que mantém caixas de fotos antigas, relatos, nomes e datas em papéis amarelados?
     E os punks, quem diria, vestem tão bem essa carapuça – ou essa jaqueta. Não há nada na cultura underground brasileira como o punk. Muito provavelmente, no resto do mundo não é diferente. São inúmeros os documentários produzidos pelos próprios punks, aqueles mesmos do século passado, mas com a facilidade dos meios digitais, ajudando a compor esse imenso mosaico do que foi viver o Brasil daquela época longe dos holofotes.
Mais numerosos ainda são os que têm em suas casas caixas e mais caixas de fanzines, fotos, fitas e discos que testemunham a trajetória de uma banda de uma cena de qualquer cidade do país.  São apenas dois os arquivos disponibilizados em instituições de pesquisa, disponíveis a qualquer cidadão. Entretanto, chamam a atenção pela quantidade e pela riqueza de documentos: fanzines, cartas, cartazes e encartes.
     A dissertação de mestrado deste que os escreve só foi possível graças a um desses arquivos, que só existe graças a um dos maiores memorialistas do punk nacional, Antonio Carlos Oliveira, também um personagem do documentário “Coletivo Cancro Cítrico, o Anti Laranjas”.
Documentário este, produzido por outro dos gigantes dessa memória, o incansável Luis Eduardo, vulgo Cientista, cujo sobrenome nunca descobri. Através de detalhadas entrevistas, ele nos leva pelas ruas de Londrina, até o tempo em que o punk chegou por lá, como se atendendo ao chamado de Londres, do Clash. É o terceiro documentário desse cineasta do it yourself e, de alguma maneira, parece tentar redimir o trabalho sem fim de Cientista por uma causa – causa esta, que ele mesmo já chamou por diferentes nomes.
     O Coletivo Cancrocítrico foi uma organização surgida no seio do punk londrinense, que estendeu rizomas por todo o Brasil graças ao fanzine de mesmo nome. Como sempre acontece no meio underground, teve altos e baixos, contando sempre com a persistência de Luis Eduardo.
Quando entrei em contato com ele por conta da minha pesquisa de mestrado, foi extremamente prestativo, como é comum aos fanzineiros destes e de outros tempos. Mas vi, ao longo dos anos, inúmeras vezes, o bom e velho Cientista nadando contra a corrente para continuar levando a sua mensagem, lutando por sua causa.
     Não cabe, aqui, estender-nos em descrições a respeito de quem são os entrevistados e do que ou como falam sobre o Coletivo e o punk londrinense. Tudo isso pode, e deve, ser apreciado pelo leitor no próprio filme. A preciosidade do documentário já está na sua improvável existência. Diga-se o mesmo do Coletivo Cancrocítrico e os seus fanzines, graças aos quais muitos jovens expandiram seus horizontes em finais do século XX. São, hoje, testemunhos de um punk não pasteurizado pelos editoriais de moda, ensanguentado pelas páginas policiais ou ridicularizado pelos formadores de opinião.
     Fragmentos de uma cultura contestadora riquíssima, ainda mais ampla que o punk, existente no período. Capaz de viver sob a superfície e com escasso e difícil dinheiro – num infame, mas útil trocadilho com os nomes das bandas do Cientista. Que essas memórias suscitem ainda mais sonhos e reflexões a respeito desses sonhadores – e não menos demiurgos – já que o diferencia a nossa década para aquelas é que, em algum momento, desaprendemos a sonhar.

MARCO ANTONIO MILANI - Mestre em História pela Unesp e produtor cultural


Para assistir ao Documentário clique no link abaixo e dê play:

quarta-feira, 22 de julho de 2020

Fanzines: catalizadores da cultura punk


professor de história, membro do Centro de Cultura Social e do Núcleo Estudos Libertários Carlo Aldheregi. Julho de 2020.
Antônio Carlos, professor de história, membro do Centro de Cultura Social e do Núcleo Estudos Libertários Carlo Aldheregi. Julho de 2020.


Resenha COLETIVO CANCROCÍTRICO – O ANTI-LARANJAS

O fanzines é a apostila feita pelo próprio aluno.
Renato Lauris Jr, editor do zine revista Sobrevidas,
                                                                    Professor de história e coordenador pedagógico.

     É curioso, mas no milênio passado, mais precisamente em 1980, o Movimento Punk ainda vivia uma fase confusa em termos de ideias e ideais. Tinha gente que usava suástica, dizia que o punk era apolítico, era um movimento só musical, brigas, muitas gangues, etc. É o que alguns de nós chamamos de “Fase Caverna”.
Faltava para jovens que como eu viviam nas periferias das cidades, com enormes dificuldades de acesso, principalmente financeiras, um elemento concreto de divulgação da cultura punk, mas esse só podia ser feita pelos que viviam o movimento. O FAÇA VOCE MESMO!
     Além das bandas, dos shows e dos encontros esse elemento se materializou com os fanzines punks. Em 1981 surgem os primeiros com o Factor Zero, editado por David Strongos, da banda Anarcolátras de São Paulo, e Exterminação de São Bernardo do Campo, editado pela banda Ustler, ambos refletiam o espírito punk e hardcore da época.
     É o momento que o punk começa a dialogar com outros punks do seu bairro, cidade, outros estados e países, vão dando voz, refletindo, revendo e construindo o que seria o punk nos anos depois, a cultura punk em constante construção.
     Fiz parte desse enorme contingente de homens e mulheres que faziam zines. Entre 1984 e 1985 publiquei quatro números do Anti Sistema, em 1986 junto com meu amigo/irmão Bororó e a Tania minha ex-professora, três números do Aborto imediato para o renascer de um novo espermatozoide. Com eles me comuniquei com gente de todos Brasil e vários países, cheguei na Finlândia. Esse prazer virou um acervo que hoje encontra-se no CEDIC-PUC/SP e um livro chamado “Os fanzines contam uma história sobre os punks”.
É participando do Centro de Cultura Social de SP, espaço anarquista, que tive contato pela primeira vez com o “Cancrocítrico – o anti-laranjas” em 1988. Sua leitura era um retorno as coisas mais simples e básicas do movimento punk.
     Para nós que mal tínhamos acesso a uma máquina de escrever (datilografar) usávamos de colagens com cola e tesoura, escrevíamos e desenhávamos a mão, ele era visualmente parecido com o que produzimos anos antes. Os textos simples, objetivos e com uma mensagem direta.
     Assim é que ao longo dos anos continuei me correspondendo com o Luis, ou Cientista recebendo e lendo com muito prazer o boletim do Coletivo que ele organizou de mesmo nome do zine, O Cancrotitrico.
     Em 1992 eu já trabalhava na organização do acervo de documentos sobre o movimento punk quando eles organizaram o II Fanzi-Encontro de Londrina, não pude comparecer mas enviei minhas saudações e um proposta para o encontro, publicado no nº 18.
     Fazer um fanzines é algo que exige dedicação, muito trabalho, envolvimento emocional e financeiro, muito envolvimento financeiro. Produzir o zine é ler, interpretar, selecionar, escrever, digitar, diagramar, ilustrar, distribuir, receber as correspondências, responde-las. Acabou? Não! Mal terminou um e já se começa a pensar no outro.
     Imagine então fazer um encontro reunindo pessoas que como você tem a mesma paixão? Quem convidar? Onde aloja-los? Como vão se alimentar?  Ainda que cada um cubra seus custos, imagine alguém quem nunca esteve naquele lugar, quem acompanha o visitante até um lugar bom e barato para comer?
     Fazemos um encontro de zines? tá! Qual a pauta? O que se pretende com esse encontro? Teremos palestras, workshops, oficinas, rodas de conversa? Ainda que como libertário não queira impor nada a ninguém tem que se ter um objetivo, uma organização.
Quando olhamos em retrospectiva imaginem fazer um zine durante praticamente 5 anos, fazer dois encontros de fanzines, ter uma banda, ainda trabalhar, estudar, enfim viver. O Luís é um sujeito de uma grande disposição. Sabemos o quanto isso é prazeroso, o quanto aprendemos e crescemos emocional e intelectualmente, mas isso exige um nível de comprometimento incrível.
     Aí você pensa, o sujeito está lá vivendo a vida dele, fazendo o som que gosta viajando com a banda. Não, ele que já produz vídeos da sua e de outras bandas e outros trabalhos vem e nos traz esse brilhante documentário “Coletivo Cancrocitrico – o Anti-Laranjas” que trata de um pouco de toda essa história.
     Traz imagens dos zines, os depoimentos dos zineiros e zineiras, as imagens dos encontros, das bandas, de pessoas que apesar de, aparentemente, não ter relação nenhuma com a história, na verdade explicam esses contextos e falam da determinação do Luís enquanto um grande musico e produtor cultural.
Tive o prazer de ter uma rápida aparição no documentário, ao que agradeço ao Luís pela recordação, de rever pessoas queridas que a muitos anos não via, de viajar na minha própria memória recordando coisas tão importantes da minha vida. Ver meu trabalho e de tanta gente valorizados.
     Espero que o documentário alcance a repercussão que merece por ser um registro e uma importante reflexão da forma de vida e produção cultural dessa juventude tão marginalizada.
     Hoje com 55 anos, três filha e um neto, fico meio na bronca quando alguém diz “a geração da minha época era melhor” como se pudéssemos viver parados num tempo de forma nostálgica como se a vida fosse o passado “lindo e maravilho” que eu mentalmente construí.
     Nós fizemos parte de uma geração que como muitas foi marginalizada e excluída. Principalmente nós do punk que já fomos a “escoria” da sociedade. O documentário Coletivo “Cancrocitrico – o Anti-Laranjas” vem e mostra que apesar do que tentaram nos atribuir o que nós fomos, como tantos antes e muitos depois de nós, que pensamos, agimos, erramos, aprendemos e contribuímos para construir uma outra realidade. Melhor? Isso cabe a você que assistirá o documentário refletir. Desde já agradeço ao Luís e a você que assistirá esse documentário.

ANTÔNIO CARLOS, professor de história, membro do Centro de Cultura Social e do Núcleo Estudos Libertários Carlo Aldheregi. Julho de 2020.


Para assistir clique no link abaixo e dê play:

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Coletivo Cancrocitrico: Um Registro Histórico


Anita Costa Prado - Resenha Documentário Coletivo Cancrocítrico - o Anti-laranjas


Coletivo Cancrocitrico: Um Registro Histórico 


    Em um esforço hercúleo, Luís Eduardo, conhecido como Cientista, conseguiu fazer um documentário digno de reconhecimento.
    Com depoimentos coletados em várias cidades e farto material visual ( zines, fotos, gravações), é possível entender a importância de algo centralizado em Londrina, crescendo ao ponto de obter projeção nacional.
    Não havia facilidade digital nem a rapidez das redes sociais mas havia a filosofia punk do faça você mesmo, a força jovem potencializada pela união e o desejo de contestar, dialogar e debater até assuntos polêmicos camuflados pela mídia. 
    Protestos, shows, encontros e manifestações eram as ações mais diretas e locais. O fanzine impresso com o slogan “o anti-laranjas” viajava via correio para diversos pontos do país. Circulou entre 1988 e 1993 com gratuidade.
      O projeto de registrar tudo em vídeo teve início em 2013, estava praticamente finalizado em novembro de 2009 e teve ajustes finais em fevereiro de 2020.
    Em 1h e 55m, o documentário exibe depoimentos de nomes conhecidos no underground.
     Cada um ofereceu seu relato e visão particular, porém, em todos é possível perceber o reconhecimento da importância do coletivo.
    A cidade de Londrina, palco do primeiro encontro de fanzines, foi o berço de algo grandioso que, além de merecer aplausos, merece ser visto pelo maior número de pessoas possível.
      Um documentário para registrar e para inspirar todos que reconhecem a necessidade de lutar por um mundo melhor, onde o fazer esteja ao lado do sonhar e bem acima do procrastinar.

Anita Costa Prado

Para assistir clique no link abaixo e dê play:


domingo, 26 de abril de 2020

Resenha Documentário COL. CANCROCÍTRICO

Resenha Documentário COLETIVO CANCROCÍTRICO - O ANTI-LARANJAS

Resenha Documentário Coletivo Cancrocítrico 
O Anti-Laranjas

Se não me engano era o segundo semestre de 1991, quando o carteiro chegou e gritou o meu nome com uma carta na mão. Correspondência esta provinda de Londrina, em seu interior um exemplar do número 16 do zine Coletivo Cancrocítrico. Uma folha A4, dobrada ao meio, 4 páginas com escritos anti-militar, questionamento a televisão, poesias, hqs, entre outras coisas.
Neste mesmo ano, junto a um amigo já havia criado e lançado o primeiro e único número do Shit Noise Zine, na pequena, monótona e pacata cidade de Agudos, interior paulista. Creio ter enviado uma cópia aos responsáveis pelo Cancrocítrico (sendo que o nome sempre que me vem à memória é o do Cientista, talvez pelas poucas cartas que troquei com este coletivo, e este era sempre o nome do correspondente).
Quase trinta anos depois, fico feliz em assistir ao documentário “Coletivo Cancrocítrico: O anti-laranjas”, iniciativa do mesmo Cientista, mencionado acima. Uma produção bem estruturada e organizada, trazendo ao presente o espírito daquela época, através dos depoimentos e relatos daqueles que vivenciaram aqueles dias e momentos de nascer e desenrolar do movimento punk londrinense, suas expectativas, movimentações e criações. Para narrar esta história, o zine Coletivo Cancrocítrico, uma “simples” publicação, papel sulfite dobrado e xerocado é o referencial para apresentar este universo que o circundeia e o potencial que esta publicação trouxe para aqueles jovens, auxiliando no desenvolver de seu protagonismo
No decorrer do vídeo, através da exibição multimodal, em que imagens estáticas (fotos, imagens de zines e da imprensa oficial), junto a presença de indivíduos que participaram ou colaboraram direta e indiretamente para a manutenção e circulação da referida publicação e existência do coletivo narrando suas lembranças punks e contraculturais do período, somado a trilha sonora com bandas e sons que estavam presentes naquele contexto, nos são exibidos a origem e história do Movimento Punk de Londrina, os vínculos de amizade e solidariedade (locais e distantes), através de resgate de imagens de vídeos mostrando as apresentações musicais, comportamentos e mobilizações políticas libertárias e contraculturais e encontros organizados para tratarem de assuntos referente ao movimento.   A importância dos correios, hoje (infelizmente) uma instituição falida, mas que naquele momento era nossa forma de contato e rede social, conectando tod@s pessoas envolvidas com o cenário underground e zineiro, nisto vale mencionar o comentário de Anita Costa Prado (zineira e poetisa) e Paula Prata Vandenbrande (editora do zine Absurdo), sobre estas trocas de correspondências, que estava além da troca de cartas, eram amizades que surgiam e se alimentavam, pelas trocas de informações, distribuições de zines até o encontro físico, sustentando amizades que se mantém até os dias atuais, numa época em que não havia o mundo virtual, as ações analógicas mantinham os vínculos de amizade menos frios e mais colaborativos. A influência do ideário anarquista colaborando para a elaboração de conceitos sobre os princípios e posturas que os punks em Londrina deveriam ter, influenciando nas reflexões e resultando nos escritos para o Cancrocítrico. Influência ideológica esta que também irá colaborar com a formação intelectual daqueles jovens, seja para a formação acadêmica, nas relações sociais e mesmo familiares. A liberdade de criação, edição, a participação coletiva, a entradas e saídas de membros, co-participação, ou seja, a colaboração externa, os diversos temas abordados no zine, contando com ideias até então pouco discutidos entre os jovens, como ecologia e questão de gênero. As transformações estéticas nas páginas do Coletivo Cancrocítrico, marcando a relação e adaptar de seus editores com os recursos tecnológicos que começavam a ter acesso, além de apresentar a evolução criativa dos envolvidos. Até a presença no universo acadêmico, seja como documento auxiliar ou mesmo tema de TCC.
Enfim um excelente documentário, com uma narrativa construída por Luis Eduardo (Cientista) através da coleta da memória dos envolvidos e assim sendo um valioso documento, produzido assim como os zines impressos, agora um ”vídeo zine” com a metodologia do Faça Você Mesmo, e a preservação de nossa história no esquema “Nós por Nós Mesmos”. Um excelente vídeo que deve ser prestigiado para os que aqui agora chegaram, num meio totalmente digitalizado, com grande facilidade de acesso a informações e contra-informações, conhecer a trajetória da militância underground e libertária é fundamental para compreender seu legado;  recomendado a todas pessoas zineiras, pesquisadoras, curiosas, leitoras, enfim, para tod@s aquelas que já tiveram contato com o Universo Paralelo dos Fanzines, e porque não, os que o desconhecem, para que possam perceber e reconhecer o potencial criativo e protagonista que os zines e os movimentos juvenis exercem sobre estes indivíduos e assim contribui para a formação de mentes sadias e construtivas visando um mundo possível para tod@s.  

  
Para assistir clique no link abaixo e dê play:




segunda-feira, 30 de março de 2020

DOCUMENTÁRIO COLETIVO CANCROCÍTRICO

 Foto: Hernane Durllo
Movimento Punk londrinense em 1988.     Foto: Hernane Durillo

RELEASE DO DOCUMENTÁRIO:

COLETIVO CANCROCÍTRICO – O ANTI-LARANJAS (1’55”)


Uma história que começa na década de 80, onde várias coisas interessantes aconteceram... na música, na moda, no esporte, na política ... Como o atentado ao Papa João Paulo II, Regan na presidência do imperialismo Americano, a Perestroika orquestrada por Gorbachev, a Guerra das Malvinas, a queda do muro de Berlim; no Brasil transição da ditadura para a Democracia (Diretas Já!), a morte de Tancredo Neves, o vice José Sarney vira Presidente, Plano Cruzado, Assassinato de Chico Mendes, Constituição de 1988 e termina com Collor de Melo assumindo a presidência do país. O documentário conta a história de alguns sonhadores, que a partir da cultura Punk questionaram a realidade e buscaram uma vida diferente do que lhes era imposta.. e assim sacudiram a conservadora cidade de Londrina, no Paraná.

O Coletivo Cancrocítrico foi fruto dessas ideias Punks que começaram a fervilhar na cidade. Ele surge com a proposta de realizar Protestos, Manifestações, Ações Diretas, Debates, Shows, etc e através de sua forma impressa organizar e divulgar essas ações. Esse material impresso é conhecido nos meios undergrounds como “Fanzine”, era como um “jornalzinho” fotocopiado em uma folha (frente e verso). Através da divulgação do mesmo, via correspondências, foram aumentando os contatos em todo país. O começo foi bem precário e limitado, mas a cada edição foram aprendendo, levando e recebendo muita informação e assim fazendo diferença na vida de muita gente.

O documentário se propõe a contar um pouco dessa história e foi feito com base na filosofia aprendida em anos de cena underground, o “Faça você mesmo”, que permeou a vida do Cofundador do Coletivo Cancrocítrico Luis Eduardo F. da Silva, mais conhecido no meio como Cientista, responsável por essa produção. A produção começou em 2013 e foi um grande resgate de material e procura por pessoas que se dispusessem a dar o seu depoimento. Numa época em que uma foto era algo bem mais difícil de tirar e de se guardar (bem diferente de hoje) foi preciso garimpar os arquivos pessoais de muita gente. Também foram necessárias várias viagens para colher alguns depoimentos, além de muito trabalho de edição de vídeo. Mas o resultado foi além do esperado, um registro histórico do protagonismo de alguns jovens londrinenses e uma lição de como os sonhos podem mudar a vida das pessoas.


Produção LAB REC (De 2013 a 2019)

Pesquisa, Filmagem, Direção, Edição: LUIS EDUARDO (CIENTISTA)
Montagem e Finalização: ALESSANDRO SACHETTI
Contato: selolabrec@gmail.com



Para assistir clique no link abaixo e dê play:





sábado, 28 de março de 2020

LANÇAMENTO DOCUMENTÁRIO

COLETIVO CANCROCÍTRICO

Lançamento adiado até passar essa fase.

Marcamos o lançamento do documentário aqui em Londrina para abril, mas devido os fatos novos que se impuseram achamos que será necessário adiar. Como iríamos passar o link aos amigos de fora após o lançamento diante dos novos acontecimentos decidimos passar antes. 
Peço aos amigos que ainda não divulguem o link para outras pessoas, ainda estamos fazendo testes. Decidimos disponibilizar antes em consideração aqueles que se dispuseram dar seu depoimento e estavam esperando ansiosos o lançamento do mesmo. Como tudo foi feito na base do "faça você mesmo", sem patrocínio e pouco apoio a produção levou mais tempo que esperava, mas creio que chegamos a um resultado bom.
A duração do mesmo é de uma hora e 55 minutos, pois como documentarista sigo o estilo de colocar os depoimentos com começo, meio e fim do pensamento do mesmo, ao invés de ficar pinçando pequenas frases e simplesmente editando como me interessa. Por isso, em respeito aos que nos honram com seu depoimento a duração é um pouco longa, mas tem muita história e paixão pelo underground destilada nesse documentário. Espero que gostem. Obrigado. 


Luis Eduardo (Cientista)  

Link encerrado...